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10 dezembro 2011

Confesso: Sou garoto de programa!

Introdução

É isso mesmo pessoal, eu agora sou garoto de programa. Já faz um tempinho que queria declarar isso publicamente no meu blog mas por falta de tempo... Quer dizer, por pura negligência da minha parte para com vocês, desocupados leitores, só agora é que eu realmente sentei o traseiro na cadeira para falar desta minha nova empreitada. E sobre isso vos falo agora.

Capítulo 1
Como tudo começou

Este humilde blog surgiu na ideia de ser um espaço para eu escrever crônicas sobre a minha vida (original não!?). E se você tiver paciência para ir aos primeiros textos, verá que houve tentativas. Era uma mistura de idéias poéticas com minhas percepções do cotidiano. Enfim, devo ter escrito um pouco mais de seis textos e, como era de se esperar, o blog, digamos, deu uma morrida. 

Chegou um momento que simplesmente me faltava imaginação para escrever. Um branco criativo que se alastra como um vírus na vida de muitos blogueiros sinceros. E quando caia de escrever, por vezes ficava repetitivo, pois geralmente passo muito tempo sendo martelado pelas mesmas questões. Enfim, acabava escrevendo o mesmo texto, sobre o mesmo assunto, só que de forma diferente.

Já que eu (apesar do branco criativo sem cura) teimosamente não queria deixar o blog morrer totalmente, resolvi escrever sobre as duas coisas que eu mais gosto de degustar nesta vida: livros e discos.

E acabou que deu super certo. Uni do útil ao agradável. Em nenhum momento eu quis fazer críticas técnicas sobre as obras. Mas queria escrever sobre como essas obras me afetam de alguma forma. Cada livro lido ou disco escutado transformam, ou dá sensações ao leitor/ouvinte e por vezes inspiram a pensamentos. E nesses pensamentos surgem meus textos. A união da obra com minha percepção. E daí que, se você for ler as resenhas abaixo verão que eu acabo inserindo muito mais revelações da minha vida que informações sobre a obra propriamente dita.

Então consegui criar uma identidade pro blog. Uma maquete pronta com necessidade apenas de ser preenchida. E isto tornou meu trabalho (lazer) de escrever muito mais fácil de ser executado. E claro, menos repetitivo, uma vez que leio sobre tudo o que você imaginar e ouço músicas de todos os tipos. Então os textos ficaram do jeito que eu gosto, uma salada mista de assuntos e sons.

Capitulo 2
BemTv    

E neste universo blogueiro fiz muitos amigos. Leio muitos blogs! Se quiser um exemplo disto basta olhar para a coluna direita do monitor e vai ver mais de cem blogs que eu sigo e leio regularmente. 

A prática da blogagem tem que ter necessariamente essa camaradagem. Se uma pessoa gasta o tempo dela lendo meu texto, por quê então eu não posso gastar um tempinho lendo o texto dele como gratidão? E até comentando? Nisto ganhei muitos amigos e leitores. Se você tem um blog, não seja cú doce (termo cearense que denota boçalidade, gabolice), não ache que tudo tem que girar em torno do seu blog. Leia outros blogs, muita gente boa por aí escreve sobre coisas do seu interesse.

Pois bem, um destes leitores é o Anso Rodrigues, que escreve no excelente blog http://ansorodrigues.blogspot.com/ . Este cidadão além de blogueiro é também editor e produtor de uma TV local aqui em Fortaleza. Claro que ele, inquieto como sempre, não se acomodou a isso e resolveu criar sua própria Tv na Web, batizando-a de BemTv.


A proposta da BemTv é criar programas para a web de qualidade e, principalmente, criatividade. E Anso tem competência de sobra pra isso. Sei do profissionalismo dele porquê eu mesmo tive o prazer de trabalhar com ele em uma produtora aqui em Fortaleza. E como a produtora era pequena ele fazia só tudo: editava, dirigia, produzia, fazia assistência de produção junto comigo. Enfim, ele sabe muito bem como funciona esse universo de mídia.

E já que ele gostava muito das minhas resenhas de músicas (e dos ácidos comentários sobre discos que vezes sem contas eu compartilhava com ele nos botecos da vida regado a cerveja barata) ele teve essa ideia de me meter num programa sobre músicas. E daí surge o Prosa Disco.


Capítulo 3

Prosa Disco (ou: O primeiro programa a gente nunca esquece.) 


Então marcamos reunião para pauta (tomando uma cervejinha no Pão de Açúcar do Center 1) e basicamente o Anso disse: 

- Cara, tem segredo não, só quero que você olhe pra câmera e converse com o público como você conversa no blog. 


Há tá! Como se fosse a coisa mais fácil do mundo!

Uma coisa é você cagar sozinho no seu banheiro. Outra coisa é cagar com pessoas olhando para você.

Uma coisa é escrever sozinho de frente pro netbook. Outra coisa é você falar olhando para uma câmera e soar tão natural como verborragias em mesas de bar regadas a cerveja. Não dá! Todo mundo é corajoso na frente de um teclado (Fato!).

Enfim, coloquei uma tonelada de obstáculos. Resultado: o Anso (junto com o inseparável produtor Rodrigo Caravajal) mandaram simplesmente eu tomar naquele lugar e intimaram minha presença no local de gravação no outro dia pela manhã para gravar quatro programas duma vez só. Aí já viu né? Tive uma noite péssima!

Capitulo 4
É agora José!

Marcamos de gravar na Planet CD's. Simplesmente uma das lojas de discos mais tradicionais da cidade. O lugar é um dos meus paraísos na terra. E é lá que todo mês eu torro uma considerável parcela do meu salário. Enfim, pelo menos é um lugar onde realmente eu me sinto em casa.

Ficamos tão gratos pela calorosa recepção do Márcio (dono da loja) e dos vendedores que o Anso até fez um VTzinho pra loja.



Como não tenho nenhuma experiência nessa coisa de apresentador, estava mais perdido que cachorro que cai de carro de mudança, tremendo mais que vara verde. Boca seca, estômago embrulhado. Resumindo, estava me sentindo um completo merda e idiota.

Estupidamente achei que se eu lesse os textos no meu blog (gravamos sobre discos já comentados no blog anteriormente) eu decoraria boa parte do assunto e ficaria tudo bem. E isso foi muita burrice da minha parte. Se você está lendo até agora já deve perceber que meus textos, ao contrário do meu pênis, são beeeeeem longos!

Chega a hora, gravação do primeiro take, coletânea dos Beatles, eu super nervoso, o Anso fala GRAVANDO!!!, e de repente tem um cara parado diante da câmera, com cara de idiota, sem saber balhufas do que falar.

Deu branco total.

Então fomos para a segunda tentativa. E eu, sem nem ter ensaiado, tentei imitar a voz desses caras que apresentam programas de músicas. Tipo Vj, com aquela voz irritante super pra cima (já tinha trabalhando numa rádio uma vez e sabia exatamente como é essa voz). Ficou um horror.

Terceira tentativa, quarta tentativa...

Depois da quinta paramos as gravações. O quadro era o Anso cada vez mais puto e eu cada vez mais com vontade de sair correndo dali. Quando de repente o lado produtor-bruto-filho-da-puta (tipo Marlene Matos) tomou conta do Anso e ele me disse:

- Porra George, relaxa caralho! Eu sei e você sabe que você pode fazer essa porra! Para de ficar querendo imitar esse Vjs viadinhos da Tv, seja você mesmo porra! Conversa com a câmera! Fale normal, seja você e pronto! Você pode! Só vamos sair daqui depois que a gente terminar de gravar essa porra, nem que seja só um programa!


Enfim, depois desta "leve" prensa, respirei fundo e encarei a coisa toda. Claro que com uma das características que me acompanham quando fico nervoso: Muuuuuito palavrão!


Eis o resultado:  



Terminei de gravar esse programa e, óbvio, fiquei com a sensação de ter feito algo muito ruim, beirando o péssimo.

Anso ficou empolgado e disse que era exatamente o que ele queria.

Enfim, vá entender como funciona a cabeça de produtor/editor né?

Mas uma coisa deve ser dita, o apresentador pode ser muito ruim e falar muita asneira, mas que edição caprichada ein!?

Editor realmente tira leite de pedra!


Capítulo 5
A segunda dose sempre desce menos amarga

- E aí pessoal? Já deu? Bóra pra casa?

- Tá louco??? Bora gravar pelo menos mais duas, vá trocar essa camisa!!!

Camisa trocada, um gole d'água pra aliviar a boca seca e vamos nessa falar do álbum Vs. do Pearl Jam.

Óbvio que eu vesti uma camisa devidamente quadriculada  e um boné (depois eu vi que o boné ficou uma merda...). Era até mais fácil falar deste disco. Fiquei até pensando do por quê eu não comecei por ele. E desta vez eu tive uma ideia ótima e óbvia, pontuei algumas informações importantes num papel e pedi pro Rodrigo segurar. Pronto! Já neste precisei apenas de uma tentativa. Obviamente ao terminar eu fiquei com aquela mesma sensação da gravação anterior. Fiquei imaginando como um fã do Pearl Jam iria receber esse vídeo. E tremi na base por conta da responsabilidade.

Acabou que foi um pouco menso difícil fazer esse. Um pouco menos... Dá para perceber que ainda falo palavrões e tenho vários víciozinhos de linguagem. 

Não sei vocês, mas toda vez que me vejo num vídeo ou ouço a gravação da minha voz eu acho a coisa mais pavorosa do mundo! Parece que é outro cara falando. Nossa, se eu não fosse eu e me encontrasse por aí certamente ia achar eu mesmo muito irritante!

É, eu sou auto-crítico mesmo!

Enfim, confiram abaixo o segundo programa:



Capítulo 6
Fechando a trilogia... (Ufa!)

Trocando a camisa mais uma vez e no embalo de ter gravado num só take o programa anterior, pensei que não seria problema gravar o terceiro.

O disco escolhido desta vez foi o Rodox, segundo disco da banda que leva o mesmo nome, e que é ex-banda do Rodolfo, ex Raimundos.

Talvez você se assuste no choque que é falar dos Beatles, depois Pearl Jam e Rodox. Mesmo os três sendo considerados rock, são ramificações bem diferentes.

Agora a forma como eu escolho o álbum é que determina isso. E é muito simples. Eu vou na minha lista de músicas no Ipod, aciono o aleatório e o primeiro álbum que aparecer eu falo sobre ele.

Esta é minha forma de não ser repetitivo. Até porque sou muito de fases, e durante longos períodos costumo ouvir um mesmo tipo de som, até enjoar e partir pra outro.

Então o barato é escrever sobre um álbum super sofisticado do Pink Floyd seguido de uma resenha do Pinduca! Mistureba total! Adoro isso!

p.s. - o mesmo sistema faço com os livros, só que com eles é mais artesanal. Tenho todos eles escritos em papeizinhos numa caixa. Ai balanço a caixinha umas sete vezes e escolho o livro que vai ser comentado no blog. É, eu devo ser um doente mental mesmo! (risos) 


Tirando estas esquisitices minhas, gostei bastante deste terceiro programa. Nesta altura eu já tava na filosofia:

Está no inferno, abrace o cão então! 

E né que fluiu um pouco melhor!

Ou estou enganado? Me diga você meu nobre e crítico leitor:




Capitulo Final
Goodbye ou Hello?

Começar é sempre difícil. Realmente acho que, no geral, eu não dou conta do recado de ser um apresentador. Mas quer saber? Não custa nada tentar. Sou perfeitamente capaz de, quem sabe um dia, aprimorar mais, aprender mais etc.

Hoje olhando os vídeos me bate certo orgulho. Claro que o programa está criando forma e realmente eu não esperava ter o melhor desempenho do mundo como apresentador. O lance é encarar a coisa com certa despretensão.

Em termos de visualizações, em nenhum conseguimos a meta do Anso que era pelo menos mil. Acho que em dois tivemos um pouco mais de quinhentas e no do Pearl Jam tivemos pouco mais de trezentas. Bem, dependendo com quem você compara pode ter sido um fiasco ou um sucesso.

Comparado às visualizações no meu blog por exemplo, posso dizer que mais de quinhentas visualizações é um número astronômico! (risos)

O que me importa mesmo é o Anso e sua equipe da BemTv acreditarem no projeto. Enquanto eles estiverem no barco eu também vou estar. No pior das hipóteses eu ainda tenho meu blog e estes programas eu vou poder mostrar pros meus filhos e dizer:

- Olha aí como o papai era descolado!   

Então desde já um profundo e sincero agradecimento a todos os leitores do blog Mundo Facundo. Estes vídeos são dedicados a todos vocês!

E vem outros por aí viu!

Aguardem!

B-sides

Pois é, aproveitando o espaço para postar meus programas, aproveito também apra postar aqui, como registro, minha participação no Programa Matina (TV União - Fortaleza), no quadro Galera Matina. 

Na ocasião, eu e outros bons convidados, todos muito bem entendidos de músicas, estávamos lá para comentar a morte da Amy Winehouse e também sobre a "lenda" dos astros da música que morrem aos 27 anos.

Enfim, gostei muito de ter participado e conheci muita gente interessante, até um neto bastardo do meu bisavô...

Confiram abaixo o programa que foi dividido em duas partes:

Parte 1


Galera Matina - música from Rede União TV on Vimeo.

Parte 2


Galera Matina - música - parte 2 from Rede União TV on Vimeo.