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19 setembro 2012

Teatro II - A independência do Brasil ou Uma família Real muito louca!

Antes, uma breve introdução...

Pois é pessoal. Hoje, 19 de setembro, é celebrado o dia do Educador Social. E fico muito feliz, de verdade, pelo fato de (mesmo com toda dificuldade que esta nobre profissão me dá) no meu contexto profissional, eu ter o privilégio de exercitar este papel de educador em sua forma mais literal. O educador no contexto da semiliberdade Mártir Francisca desempenha papel fundamental, junto à pedagogia e serviço social, na formação humana dos adolescentes que lá se encontram. Cada educador é desafiado a exercitar seus dons pessoais em favor de melhor servir os sócio-educandos. E assim, nesta integração (sinergia) entre os setores técnicos e dos próprios educadores, construímos uma infinidade de possibilidade de ações. Onde não só os adolescentes ganham; nós também como profissionais saímos satisfeitos e orgulhosos por ser agentes de transformação para a vida deles. A qualidade no trabalho melhora qualitativamente!

Hoje vou mostrar para vocês uma peça teatral que escrevi para as comemorações do dia da independência. Passamos a semana trabalhando nos adolescentes (através de palestras e oficinas) o porquê da independência do nosso país. Promovemos uma apresentação de uma banda marcial. Uma palestra sobre altruísmo ministrada por dois bombeiros civis. Uma mini-copa de travinha. E na festa final, chamamos um professor de história do Brasil (Natan, meu eterno obrigado!) para dar um aulão para os adolescentes e seus familiares sobre o dia da independência, e logo após a palestra apresentamos uma peça de teatro (com a participação de educadores, sócio-educandos e corpo técnico) satirizando (com muito humor, obviamente) a confusão que foi a vinda da família real para o Brasil, bem como os bastidores pitorescos que antecederam o grito da independência.

E é esta peça de teatro que eu tenho o enorme prazer em compartilhar com vocês. 

p.s. - não sejam muito exigentes, é apenas a segunda peça que eu escrevo. Então é tudo muito, mas muuuito amador...


* * * 

A independência do Brasil ou Uma família Real muito louca!

por George Facundo

Personagens:

Dom João VI - Fernando (Professor de serigrafia)
Carlota Joaquina - Tereza (Educadora Social) 
Dom Pedro I - Eliano (Coordenador de disciplina)
Serviçal e Narrador – George (Educador Social)
Assistente do Serviçal – Adriano (Sócio-educando)
Napoleão - Romeu (Educador Social)
Soldado de Napoleão - Alexandre (Educador Social)
Homem das mensagens - Jack (Professor de artes) 

O serviçal do rei e seu assistente entram pelo meio do público, chega á frente, abre um pergaminho e lê solenemente:   

Narrador:

Esta história começou
Em 1908
O Rei de Portugal estava aperreado
E com o coração afoito

E o que preocupava o rei
Era algo para ter consideração
Pois Portugal estava ameaçada
Pela invasão das tropas de Napoleão

Napoleão era da França
E este país dominava tudo
Estavam invadindo toda a Europa
Queriam invadir o mundo

O Rei de Portugal
Do alvo de Napoleão não estava salvo
A Europa já estava toda dominada
E Portugal era o próximo alvo

Cheio de solenidade, o serviçal anuncia a entrada de Dom João VI...

Serviçal - Ilustres patrícios portugueses, quero que vocês tenham reverência neste momento e façam silencio, porquê está entrando ele, o ilustre, magnânimo, que podia ser o pior, mas é o melhor, o grande rei de Portugal, Dom João VI!

Neste momento, o assistente do serviçal ergue a corneta e faz um som desagradável, onde tanto o rei como o serviçal fazem cara feia tampando os ouvidos...

Dom João VI - Céus! Céus! Raios que me partam em dois! Estou lascado! Napoleão está invadindo meu país! Vou ser preso, morto, decapitado, aparecer no Barra Pesada e tudo! E agora, que farei?

Então, dos bastidores escuta-se a voz da Carlota Joaquina dizendo...

Carlota Joaquina - Amorziiiinhôôôô! Meu rei, meu príncipe! Aqui é sua amada, a mais bela de todas, a sua Carlota Joaquina! Cadê você meu bebezão?

Serviçal - Ilustres patrícios, muito mais reverência nesta hora, pois neste momento está entrando na sala real a linda (o serviçal tenta conter um riso...), maravilhosa, estupenda rainha Carlota Joaquina!

O assistente do serviçal novamente toca sua irritante corneta...

Dom João VI -  Ai não! Nãããoooo! Como se já não bastasse tudo isso ainda vem essa mocréia da Carlota! Onde eu tava com a cabeça quando casei com essa doida meu Deus!? Devia tá morto de bêbo!

A Carlota entra em cena e diz...

Carlota Joaquina - Taí você meu bebezão! Coisa mais linda do mundo! Tava procurando você amorzinho! Cadê, aquela nossa viagem que tu tanto me prometeu? Nossa segunda lua-de-mel? Promessa é dívida viiiiiiu!

Dom João VI - Raios que o parta mulher! Tu acabaste de me dar uma ótima ideia! Vamos fazer uma viagenzinha ao Brasil!

Carlota Joaquina - Brasiiiiiiil???????? Não acreditoooooooo! Finalmente vou poder inaugurar o meu biquini! Ai que chiiiique bem! Nosso filho vai adorar! Pediiiiim, Pediiiinhôôôôôô!

Dos bastidores ouve-se a voz de Dom Pedro I...

Dom Pedro I - Tô indo! Vai dar certo, calma aí!

Serviçal - Ilustres patrícios portugueses, tenho o enorme e imensurável orgulho de lhes anunciar ele, que é um caminhão carregado de bacalhau, uma verdadeira autarquia, o ilustre príncipe Dom Pedro I!

Novamente ouve-se o som da corneta do assistente...     

Dom Pedro I - Fala corôa, tô aqui, quié?

Carlota Joaquina - Fale direito comigo que eu sou sua mãe, num sou sua pariceira não viu!

Dom Pedro I - Deixe de cena Ayrton Senna! Diz o que a senhora quer!?

Dom João VI - Meu filhote, eu e sua mãe resolvemos passar uma temporada lá no Brasil. Vá lá arrtumar as suas coisas que a gente vai agora, já! A topique marítima vai passar jajá!

Dom Pedro I - Owwwwww beleza! Caramba, vai "ser sal" lá no Brasil, xei de cumádi rochêda ó! Vai ser uma maravilha! Vamo nessa!

Neste exato momento, um cara dos correios chega e anuncia correspondência, jogando um papel amassado na cabeça do serviçal do rei. O mesmo abre a carta e lê...

“Família Real Portuguesa, aqui é Napoleão Bonaparte, imperador da França, estou mandando esta singela cartinha para dizer:
Uh! Hu! Hu!
Au! Au! Au!
Vamos invadir
E destruir Portugal
ass: Napoleão Bonaparte, imperador da França, o melhor dos melhores!”

Após a leitura da carta a família real se desespera...

Dom Pedro I - A casa caiu papai, e agora?

Dom João VI - Vamos capar o gato negrada, vamos pro Brasil que é o melhor que a gente faz! Vou deixar um recado pro napoleão aqui...

O mesmo pega um pincel e escreve numa lousa ou cartolina exposta para todos verem... 

Napoleão, Já capamos o gato! Boiô playboy! Fui pegar um bronze no Brasil!
ass. Dom João VI, rei de Portugal e família.

Quando a família real sai de cena, entra Napoleão com um soltado, cada um montado em seus respectivos cavalos (no caso, vassouras)...

Napoleão - Perdeu, perdeu, perdeu! Pô, ué, cadê o povo!

Soldado - Olha aí chefe, deixaram um recado na lousa!

Napoleão - Óia, se faz de doido o Dom João VI!

Soldado e Napoleão - Acoooocha pra França!!!!!

Os dois saem de cena... Em seguida a família real retorna, agora no Brasil... Sendo novamente anunciada pelo serviçal devidamente acompanhado de seu assistente...

Serviçal - Povo brasileiro, tenho a enorme alegria em anunciar-vos a iluminada presença da família real Portuguesa!

O assistente novamente toca sua corneta irritante... 

Dom João VI - Eita, aqui faz um calor dos diábos!

Dom Pedro I - É mesmo viu, parece que a gente tá na Caucaia, mó calor. Por isso o povo anda tudo pelado aqui no Brasil...

Carlota Joaquina - Ai, ai, ai... Se lá em Portugal que era frio eu já sentia um calor vir de dentro, imagina aqui no Brasil.... Eita!!!

Narrador:

Se sentindo condenados
Sem direito a fiança
A família finalmente chega ao Brasil
Acochando para a França

Enquanto isso
Lá em Portugal, do outro lado do mar
O povo aproveitou a ausência da família
E começaram a avacalhar

Dom João VI
Viu que ia se prejudicar
E começou logo a dizer pra família
Que para Portugal precisava voltar

Neste momento, novamente o mensageiro chega, jogando uma bola de papel na cabeça do serviçal, o mesmo abre o papel e lê...

“Ó excelente Dom João VI
A coisa aqui tá feia, virou a Babilônia, o povo tá se revoltando, é melhor o Senhor voltar para cá imediatamente, porque senão outro cara vem aqui e vai tomar teu lugar... Aí já viu né? Acabou as tuas festinhas com montes de mulheres na casa do Cristiano Ronaldo!”

Dom João VI - Tá vendo! Passo só alguns meses fora e a coisa em Portugal já avacalha! Temos que voltar!

Carlota joaquina - Temos que voltar uma ova meu filho... Onde é que eu vou me bronzear lá ein?

Dom Pedro I - Pô papai... Num quero voltar não, aqui no Brasil é massa! O povo é gente boa e todo mundo quer que eu fique!

Dom João VI - Deixe de ser teimoso moleque, tu vai comigo e acabou!

Dom Pedro I - Nada disso, eu vou ficar e pronto! Vou para meu povo, meu povo brasileiro, e vou fazer um pronunciamento!

Serviçal - Nobres brasileiros, muita atenção neste momento para o ilustre pronunciamento do príncipe Dom Pedro I!

O assistente toca a corneta...

Dom Pedro I vai para o meio do público, sobe em uma cadeira, ergue sua espada (uma régua) e diz... 

Dom Pedro I - Pessoal, num tô mais nem vendo não! O nêgo agora tá é cego! Se é para o bem de todos e a felicidade geral da nação, eu fico!!!!!!!!!!

Carlota Joaquina - E eu tambééééééémmmmmmmmmmmm!

Dom João VI - Pois muito bem, se é isso que vocês querem tô nem aí, vou-me embora, mas lembrem-se, quem manda no Brasil sou eu, o Rei de Portugal viu!

Narrador:

Com Dom Pedro I no Brasil
O país criou maturidade
Já estava bem independente
Próspero, e caminhando para a liberdade

O rei de Portugal
Se sentindo ameaçado
Mandou os correios
A Dom Pedro I entregar um recado

Entra o mensageiro e novamente uma bolinha de papel é jogada na cabeça do serviçal, que a lê...

Excelentíssimos principe Dom Pedro I e Rainha Carlota Joaquina,
Vocês tão se fazendo de doido é? Que negócio é esse de querer ser independente? Eu que mando nessa porqueira aí viu! E esse país só serve para uma coisa, para mandar para nós, portugueses: ouro, prata, madeira de qualidade, animais e mulheres gostosas... Se vocês pensam que vou perder essa boquinha vocês tão muuuuito enganados! Tá ouvindo seu mal criado maluvido, e tu, sua rainha jararaca! É melhor vocês acocharem pra mim pois senão vou aí acabar com a raça de vocês!
Viiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiu!
Ass: papai

Dom Pedro I - Pois se ele pensa que vai mandar aqui tá redondamente enganado! Vou ali fazer outro pronunciamento mamãe, cadê meu cavalo? Pronto, vamos ali!

Serviçal - Brasileiros e brasileiras, com vocês ele, o grande, ilustre e nobre Dom Pedro I que neste exato momento fará um pronunciamento!
O assistente toca sua corneta, e Dom Pedro I vai novamente para o meio do público montado em seu cavalo (uma vassoura) com a espada (régua) na mão e proclama...

Dom Pedro I - Tá é brabo eu acochar pro meu pai! Esse país é lindo, rico, cheio de gente! Somos um povo guerreiro! Não vamos mais ser escravos de Portugal, está na hora de mudar! Independência ou moooooorte!!!!!!!!!!!

Narrador:

E desde esse dia
Com Dom Pedro I discursando tão imponente
O Brasil ficou livre de Portugal
Se tornando independente

E essa é a história da independência
Que todo ano, por quem deste país é membro
Comemoramos essa vitória
No dia 7 de setembro


FIM

4 comentários:

Gisele Hasquel disse...

Esta história começa em 1808.

Unknown disse...

Sim

Unknown disse...

Gostei muito da peça 😘

Anônimo disse...

ficou um merda