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10 agosto 2010

Mayday, Mayday!


Livro: Saber Viver
Subtítulo: Risco de Vida
Autor: Sancler P. Santos
Editora: Biologia & Saúde
Páginas: 62

Era uma vez...

Um garoto de 3 anos que, na cozinha de casa, teve uma irresistível atração pela panela no fogão que estava fervendo uma porção de mingau. Ele se esticou, encostou no cabo da panela e... Bem, como era de se esperar, a panela caiu; parte do mingau quente pegou o joelho direito da criança que gritou de dor.

A mãe, em desespero, não teve dúvidas para amenizar a dor da criança; trouxe do banheiro seu remedinho aprendido por instrução dos antepassados. Aplicou Colgate de menta por cima da queimadura.

Esse garoto era eu. E uma das imagens mais marcantes que eu tenho deste fatídico dia foi ver, já no pronto socorro, a cara de indignação do médico ao ter todo um trabalho para remover o creme dental já endurecido do meu joelho. A dor indescritível que senti na remoção do creme dental foi maior que a queimadura em si. E até hoje carrego no meu joelho direito uma mancha branca.

Era uma vez...

Num belo açude no interior cearense, muitas crianças tomando banho, e algumas bem afoitas resolveram ir mais fundo. Uma delas se afogou. As outras crianças, amigos do afogado, gritaram por socorro. Imediatamente um adulto pulou na água e resgatou a criança afogada.

Colocaram a criança estendida na beira do açude e, pasmem, nenhum adulto presente fazia idéia do que fazer numa situação daquela. Até que alguém, num raciocinio digno de um cidadão de Lisboa, teve uma idéia brilhante e disse: Ora pois, se colocar a criança de cabeça para baixo, a água naturalmente vai descer pela boca!

A criança morreu. Se chamava Roberto (betinho) e era um de meus amigos de infância. E eu fui um dos  afoitos que entrou no açude com ele naquele dia.

Era uma vez...

Uma garota linda, universitária, que foi atropelada na calçada de uma avenida em Fortaleza por um motorista bêbado que perdeu o controle do carro. Algumas pessoas, no desespero, a socorreram imprudentemente e a colocaram dentro de um carro para deslocá-la ao hospital.

Hoje ela é paraplégica.

O curioso é que ela ficou assim não por conta do atropelamento em si, mas por ter a coluna rompida quando as pessoas imprudentemente mexeram no pescoço dela na agonia de socorrê-la. Se tivessem deixado o corpo intacto até os paramédicos chegarem, ela certamente estaria andando. O caso desta garota eu vi no jornal semana passada.

Era uma vez...

Um adolescente que se aventurou a subir numa serra com amigos. Esse lugar era muito distante da cidade. Ele caiu numa ribanceira e teve uma das coxas penetrada por um galho de árvore. Os amigos não tiveram dúvida, removeram o galho da coxa do rapaz. Ao remover o galho, uma artéria foi rompida, e isto o fez perder sangue rapidamente. Morreu poucas horas depois.

Agora a pergunta que vale 1 milhão de dólares!

O que estas quatro histórias têm em comum?

Resposta:

Se as pessoas que estavam perto das vítimas tivessem noções mínimas de procedimentos em primeiros socorros, o final destas histórias certamente não seriam tão trágicas!

Você sabia, por exemplo, que os acidentes domésticos são responsáveis por 1/4 da totalidade de acidentes mortais no mundo?

Certamente muitas mortes seriam evitadas se tivéssemos uma preparação básica de segurança preventiva e aplicação em primeiros socorros.


Este manual chamado Risco de Vida me chamou a atenção quanto a isso. Abriu meus olhos para perceber o quão sou ignorante e despreparado. Me fez ainda lembrar o quanto eu e pessoas queridas ao redor de mim estão constantemente expostas a riscos o tempo todo.

Óbvio que isto não deve necessariamente criar em nós uma paranóia. Ao contrário! O medo não é algo que existe para nos privar de vivenciar nossas experiências. O medo serve para nos dar prudência. É um aliado natural do nosso corpo. É o que me faz pensar que, os procedimentos que eu tomo entre o momento que ocorre um acidente e a chegada do socorro profissional pode fazer toda diferença entre a vida e a morte de alguém.

O manual Risco de Vida me ensinou um sem número de aplicações básicas que qualquer pessoa pode fazer. Você não precisa ser um Dr. House ou um salva-vidas saradão do S.O.S Malibu para dar a mínima assistência a um acidentado. E a gama de possibilidade são muitas: fraturas por quedas ou acidentes automobilísticos; picadas de animais peçonhentos; insolação; queimadura; ataques respiratórios ou epilépticos; afogamentos; cortes profundos; e por aí vai.


                  Quem disse que tenho que ser esse cara para salvar alguém?

Enfim, não digo que virei um especialista em primeiros socorros depois da leitura dessa instrutiva cartilha, mas aprendi bastante coisa. E pretendo aprofundar ainda mais meus conhecimentos nesta área. A vida é muito preciosa, e se por acaso acontecer alguma merda (até porque merdas acontecem o tempo todo) eu não queria ficar desesperado, impotente com a mão na cabeça sem saber o que fazer.

Pretendo (e recomendo a você) procurar algum corpo de bombeiros local para me informar sobre cursos básicos em primeiros socorros.

 Procure cursos sobre primeiros socorros num corpo de bombeiros perto de você!

E se eu encontrar algum político influente, certamente irei sugerir a idéia de tornar o tema Primeiros Socorros obrigatório em pelo menos uma das etapas do ensino fundamental ou médio.

E quanto à cartilha Risco de Vida, achei muito boa e com ótimas (e fortes) ilustrações. Mas asseguro-lhe que você encontrará bastante dificuldade para encontrá-lo à venda na praça. Certamente você encontrará outros livros com este tema. Na Internet por exemplo tem uma tonelada de manuais para você baixar.

Mais do que uma recomendação, faço desta resenha um apelo para que você pondere a possibilidade de dar uma lida sobre esse tema. Até porque sabe-se lá Deus se de repente eu possa sofrer algum tipo de acidente. E sinceramente, gostaria de encontrar alguém minimamente preparado para me socorrer.

E esse herói pode ser você, ó prudente leitor.

E que Deus nos proteja!      

p.s. - Semana passada eu conheci um fotógrafo especialista em sobrevivência na selva que me ensinou, dentre muitas coisas, a como se fazer uma fogueira usando um O.B. e como usar areia de formigueiro como repelente natural contra insetos. Vou garimpar o quanto antes livros sobre este tema! Logo logo vai ter resenha sobre isso!

10 comentários:

Anônimo disse...

George, fico feliz de saber que ganhei um leitor assíduo. Pelo visto bom também o conteúdo do teu blog. Estou te seguindo, estamos juntos.

Abraço forte do novo amigo e leitor, Marcio.

Rafael Pinheiro disse...

amei! eu tb sou um ignorante . se a casa pegar fogo eu morro na hora. parabéns! brigado pela visita no blog. Eu sou de são luís, mas estou vivendo em fortaleza agora pra fazer mestrado. manda seu msn e mantemos contato.
abração.

Diego Cosmo disse...

Com certeza essa obra de Tolkien é uma dimensão que vale a pena visitar mais de uma vez! hehe

Já tive o privilégio de ler "o hobbit" tmb... Pretendo ler outros livros dele daqui a alguns anos ainda.

Amana Raab disse...

Havia uma conversa de que se teria que entender de primeiros socorros para se tirar a habilitação, né? Não sei direito, mas ouvi algo assim...

Muito bom seu blog, como sempre.
Gostei muito.
Achei tua história hilária e a-do-rei essa foto! Haha

Andreia Inoue disse...

esse com certeza eh um livro que vale a pena ter e ler.Nao custa nada saber o minimo das tecnicas de primeiros socorros e seria interessante se fosse uma materia obrigatoria nas escolas, ne?
Achei muito triste a historia do se amigo que morreu afogado,tambem conheci um rapaz que perdeu os irmaos,um estava se afogando e o outro foi tentar salvar,infelizmente os dois perderam a vida.
:(

abracao.

Cristiano Contreiras disse...

O teu blog tem uma exatidão com a sensibilidade e palavras, parabéns! te sigo.

Marlon Marques disse...

Valeu George,

Depois desses exemplos que você citou no começo da postagem, despertou em mim esse interesse em primeiros socorros. Deveria ser propagado a todos esses conhecimentos.

Fica na Paz!

marcuss souza disse...

Gostei do blog! É muito mais que resenha... as relações dos livros com o fora-do-livro são inesperadas. A leitura de Don Quixote foi muito boa.

Godofredo Pacheco Arduini Filho disse...

MEU QUERIDO JA VOTEI E ESTOU TORCENDO. SEU BLOG SERÁ BEST SELLER.

EU VOU QUERER UM AUTÓGRAFO VIU.

PARABENS PELO QI AVANÇADO E EVOLUIDO.

FUI...

RicardoPalacio disse...

Verdade! Meus pés o os meus joelhos sentem falta de uma serra daquelas...

Ei, gostei do seu blog. Vou passar aqui sempre pra colher sugestões!

p.s.: Valeu pela visita :)