ShareThis

21 agosto 2012

Resenha (CD's): David Gilmour - "At Hammersmith Odeon" (1984)

Artista: David Gilmour
Álbum: At Hammersmith Odeon
Ano: 1984
Gravadora: Coqueiro Verde Records

Apesar do álbum mais importante da minha vida ser o The dark side of the moon (1973),  meu primeiro contato com Pink Floyd foi através da era Gilmour, no caso o disco ao vivo Dalicate sound of thunder (1988).

Então, é natural eu afirmar que, definitivamente, meu Floyd favorito é David Gilmour. Mesmo reconhecendo que Roger Waters é um grande letrista, que boa parte das idéias geniais dos álbuns do Floyd ser dele, assim como os conceitos e tal, certamente ele seria incompleto sem ter Gilmour por perto para acrescentar a inteligência armônica, assim também como adicionar as canções sua linda voz e seus solos épicos de guitarra que tornaram as canções do Floyd eternas.

A maior prova disso é a carreira solo de ambos. Waters produziu álbuns com letras ótimas, mas musicalmente insossos. Já Gilmour, se tiver por perto um letrista razoável, consegue criar ótimas canções. Não a tôa, a era Gilmour no Pink Floyd foi uma maratona milionária. E os dois álbuns que se seguiram sem Waters são excelentes, assim como os shows da turnê dos mesmos.

Este álbum ao vivo foi realizado em 30 de abril de 1984, logo após o lançamento de About Face (1984),  segundo álbum solo de Gilmour. Na época a Sony Music lançou um VHS que, além do show, vinha recheado de extras com entrevistas e um documentário sobre Gilmour. Chegando a era do DVD, em parte devido a Sony Music achar o vídeo antigo e sem muita qualidade, e por outra o fato de Gilmour, com o passar dos anos, ter criado uma rejeição por About Face, eles resolveram engavetar o show. Até que essas grandes gravadoras começaram a ceder material (que eles julgavam pouco rentável) para selos mais independentes lançarem no mercado. No caso aqui no brasil o selo foi a Coqueiro Verde Records.

O Show está recheado com músicas de About Face, com exceção da bela "There's no way out here", e "Short and sweet", esta com participação de Roy Harper, o mesmo que cantou em "Have a cigar".

"Until we sleep" e a linda "Murder" poderiam tranquilamente estar no álbum A momentary lapse of reason (1987) sem medo de ser feliz.

"Out of the blue" é uma deliciosa canção acústica que nos leva a viajar sem sair do sofá. Linda de morrer! Se tivesse um solinho de guitarra pra fechar com chave de ouro, certamente seria uma prima muito próxima de "On the turning away".

E claro, não podia faltar os clássicos "Run like hell" e "Confortably Numb" (com participação especial de Nick Mason), estas do The Wall (1979), que tornaram-se marca registrada das apresentações ao vivo do Pink Floyd na era Gilmour.

Enfim, no ano seguinte (1985) Roger Waters anunciaria definitivamente o fim das atividades do Pink Floyd, à contragosto de David Gilmour e Nick Mason. Ao contrário de Waters, os dois músicos acreditavam piamente que tinham muito à produzir no Floyd, com ou sem Waters. E certamente este show de 1984 mostra que sim, Gilmour tinha ainda muita energia para gastar no Pink Floyd. O sonho (ou a viagem) ainda não tinha acabado!

A PREDILETA:

"Murder" é linda demais! E tem nela todos os elementos que eu aprecio entre as características de Gilmour compor. Um começo acústico com sua voz maravilhosamente entoada. Uma letra de uma beleza obscura de cunho existencialista, triste e comovente. E um aumento crescente da energia dela até a explosão de guitarras no final. Enfim, eis a fórmula da roupagem progressiva que conseguiu se sobressair na década de 80. E deixo vocês com esta linda música! 

Aperte o play no vídeo abaixo, deite no sofá e viaje ouvindo "Murder":

Um comentário:

Groucho KCarão disse...

Sim, eu sou chato. Agora vamos ao comentário propriamente dito:

A maior prova disso é a carreira solo de ambos. Waters produziu álbuns com letras ótimas, mas musicalmente insossos. [...] E os dois álbuns que se seguiram sem Waters são excelentes, assim como os shows da turnê dos mesmos.

Discordo, mas DI CUM FORÇA. Os discos solo do Gilmour são bons, o Division Bell é bom, mas o Momentary é o pior disco do Floyd, enquanto que o Pros and Cons é razoável - pelo menos umas 4 ótimas músicas -, o Amused to Death é muito bom e o Radio KAOS é o MELHOR DISCO FLOYD-RELATED DEPOIS DO WISH YOU WERE HERE! Não bastasse isso, se vc pega as versões ao vivo das músicas solo do Waters, no In the Flesh, que que é aquilo? FODOMENAL!! #prontofaley u.u"