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29 agosto 2012

Teatro: O Bom Caminho



Antes, uma pequena introdução:

Como alguns já sabem, trabalho como educador social, numa casa de medida socioeducativa para jovens e adolescentes em conflito com a lei. Lá é uma semiliberdade, os adolescentes ficam lá toda a semana útil, e fim de semana vão ficar com suas famílias. Ao contrário de outras casas de medida em regime fechado para jovens e adolescentes aqui em Fortaleza, que são verdadeiros presídios disfarçados, lá na semiliberdade Mártir Francisca o tratamento a esses jovens é humano, e o papel do sócio-educador de fato é educar, influenciar positivamente e transformar a vida deles! Eu sei, uma minoria muda de vida, porém isso não desmerece a missão, ao contrário, a deixa mais nobre, apesar do pouco reconhecimento do Governo do Estado. Sou muito orgulhoso por ser educador social! Muito mais que um emprego (e o salário é baixo, pode acreditar!), para mim é uma missão! Ninguém muda a vida de ninguém, o poder de mudar está dentro de cada um. O que me resta como educador é apenas plantar a semente! Se por acaso essa semente germinar no coração de algum deles, aí considero como missão cumprida! Mas sei que depende deles! Em outro momento vou escrever mais a fundo sobre a unidade, estou planejando um texto, dividido em três, onde vou conversar com você sobre dimensões de espiritualidade. E um destes textos vai ser dedicado exclusivamente ao meu trabalho na unidade.

Enfim, pela primeira vez na vida escrevi uma peça que tem como protagonistas três fantoches, cada um representando um sócio-educando, assim também como personagens interagindo com os fantoches.

Fiz questão de escrever a peça na ideia de ser os próprios educadores a participarem. Principalmente para ser os fantoches! Já para o papel de educador social eu coloquei um sócio-educando para atuar. Exatamente para trabalhar essa trocas de papel, de um se colocar no lugar do outro. Trabalhando a ideia de que todos são iguais.

A peça trata basicamente no conflito em que todos eles passam quando se encontram numa situação de descumprir medida, seja pulando o muro da unidade ou não voltando do final de semana. Escrevi no intuito de mostrar que, no final das contas a escolha é deles, e cabe somente a eles pensarem o que é melhor pra eles mesmos.

O Bom Caminho foi feito pela Tereza, uma educadora com voz bem gasguita e que fala pelos cotovelos, e todos tem grande carinho por ela. O Mau Caminho foi interpretado pelo seu Fernando, professor de serigrafia, conhecido lá como Professor Bugiganga (Bugi pros íntimos), e ele é, em si, uma figura engraçada, então pensei nele até para tirar o peso de um personagem como o Mau caminho, que representa o mau propriamente dito.

Os três fantoches são baseados em três adolescentes reais, e mantive o nome deles nos fantoches. Pena que o Bruno, o qual eu interpretei com o fantoche, descumpriu medida na semana da peça, uma pena...       

Esta peça foi apresentada no aniversário de 11 anos da unidade. E antes de começar a ler a peça, vou colocar abaixo um pequeno glossário para que se entenda algumas gírias dos adolescentes, e não são poucas:

Cumádi - ficante, namorada ou esposa
É sal? - Pode ser?
Cabeça de gelo! - Fica frio!
Rochêda - massa, legal
Acocha! - expressão usada quando alguém faz alguma coisa por medo
Marretada - quando algum adolescente fala ou faz uma besteira, ele recebe dois cascudos na cabeça de cada um que ouviu ou viu a besteira
Prosa - brincadeira
Mó limpeza - tranquilo
Qual tuas área? - qual teu bairro?
Vacilo - cometer erro
Boiô - caiu em alguma brincadeira e não percebeu
Faca cega - mentiroso
Fio descascado - armadilha, cilada
Papangú - só fala besteira
Embaçar - atrapalhar

p.s. - coloquei em vermelho os intervenções para o leitor se situar no que acontece durante os diálogos.

    
O bom caminho
por George Facundo

Personagens:

Narrador
Fantoche 1 - Renato
Fantoche 2 - Ramon
Fantoche 3 - Bruno
Educador
Mau Caminho
Bom Caminho

Início:

Um adolescente entra em cena e lê:

Há caminhos que parecem certos, mas podem acabar levando para a morte.
PROVÉRBIOS 14: 12

Entra em cena o narrador:

NARRADOR:

Foi-se o tempo
Já quase nem lembro mais
Dos dias que criança brincava na rua
Todo mundo era tranquilo, e viviam em paz

O mundo foi avançando
As pessoas não mais se amando
As famílias se separando
E muita gente chorando

Os mais velhos se perguntam:
O que está acontecendo?
Ao invés de velho ser enterrado
São os jovens que estão morrendo

Muitos jovens não sabem viver
Nem conseguem aproveitar a liberdade
Usam o seu tempo livre de forma errada
E se perdem, escolhendo a marginalidade

Muitos destes adolescentes
Que pelo crime se atiça
São pegos em seus erros
E passam a responder na justiça

Os juízes, que julgam cada caso
Escutam deles as justificativas
Então se forem culpados
Vão cumprir medida socioeducativa
  
Mártir Francisca
É o nome desta unidade
Muitos jovens vem pra cá
Quando ganham semi-liberdade

Eles ficam aqui de segunda a sexta
E se eles se comportarem e não "se danar"
Podem ir no fim de semana pra casa
Com suas famílias aproveitar

E foi justamente aqui, nessa quadra
Que aconteceu um curioso fato
Estavam aqui três adolescentes
Ramon, Bruno e Renato

Neste momento dois bonecos aparecem, (Ramon e Bruno) como se estivessem chegando na quadra, para ficarem lá para fazer os papeizinhos do artesanato.

Ramon - Bora lá mah, que eu tenho que entregar essa pata até amanhã pra minha cumádi! É sal tu me ajudar?
Bruno - Cabeça de gelo! É sal! Cadê os papéis?
Ramon - Taí ó, na caixa!

Em frente a lona, haverá uma caixa no chão cheio de papeizinhos.

Bruno - Ei pivete doido, comé que a gente vai pegá? Tá longe!
Ramon - Óia, deixa de ser vaca morta seu lezado, deixa que eu pego!

Ele se estica, na parte de cima da lona tentando alcançar. Obviamente não consegue.

Bruno - Rárárá
Ramon - Tá embaçado pegar essa caixa ó...
Bruno - Rárárá! É mesmo pivete doido!
Ramon - Peraí, vou chamar o Renato! Renatô!!!!! Bom Sucesso!!!!!!

Renato, sem aparecer, fala:

Renato - Quié? Dá a idéia!
Ramon - Ôia! Chega aqui pivete!
Renato - Peraí que eu tô aqui na monitoria aperreando a Eliza!
Bruno - Chegaííííííí pivete, tá vacilando?
Renato - Peraí, tô indo, tô indo!
Bruno - Bóóóóóóóóóra pivete, tô perdendo a paciênciaaa!!!
Renato - Tô chegando, tô chegando... Vai dar certo!

Agora Renato entra em cena...

Renato - Dá a idéia!
Ramon - Tá embaçado pegar essa caixa ó...
Renato - E daí?
Bruno - Rárárá!
Ramon - E daí é? Vai cortar as forças mesmo? Ajuda aí mah!
Renato - Pera! Vai dar certo! Xeu ver aqui...

Renato se estica pra pegar, mas também não consegue...

Ramon - Usa o nariz mah!
Bruno - Rárárá!!!
Renato - Cala boca aí! Égua mah, deu não...
Ramon - E agora pivete?
Bruno - E agora pivete?
Renato – Tá é brabo! Peraí, já sei! Ei educador! Chega aí!

Nesse momento, alguém vestido de educador entra em cena...

Educador - Oi Renato, diga!
Renato - Ei educador, é sal tu pegar essa caixa aí pra gente?
Educador - Há, tranquilo, tá aqui ó!
Bruno - É sal tu ficar segurando aí pra gente só na limpezinha?  Rárárá!

Na medida que os meninos vão perguntando, o educador, mesmo contrariado, vai aceitando...

Renato - E é sal tu arrumar uns papeizinhos que tem aí na caixa? Dá aqui pra gente! Valew!
Ramon - Rôchêda! Mó limpeza tu ó educador!
Bruno - Acoooooocha pros menor!
Educador - Me respeite viu! Tô fazendo uma gentileza!
Bruno – Brincadeira educador! Tu podia ser o pior, mas é o melhor! Rárárá!

Lembrando que, quando o educador entrega os papeizinhos, uma mão de um dos que estão com os fantoches pode pegar... Assim também quando precisar de algum tipo de intervenção, como dar “marretada”, essas coisas, todos podem usar as mãos...

Quando a mão pega os papéis, eles vão conversando, cantando, e as mãos dos que estão com os fantoches vão jogando os papeizinhos já dobrados para a caixa que o educador está segurando...

Ramon - Vai ficar rochêda essa pata!
Bruno - Segura aí educador! Vixi, foi mal aí educador! Bota em relatório não! Cabeça de gelo!
Ramon - Puxa um som aí Renato!
Renato - Peraí, xeu aquecer o gogó: glauglauglauglau! Pronto! Lá vai! Um, dois, três! Princeeeeesa, por favor volte pra mim, eu te amo meu amor...
Ramon - Óóóóóóia! Tu é uma princesa éééé?
Renato - Eiii, vacilou, merece dois!
Ramon - Óia, toma dois também!
Bruno – Ó os papo! Rárárá!
Renato - Toma dois só pra deixar de ter risada feia! Bixo fei!
Bruno - Eiiii! Tá vacilando é? Toma dois!
Todos - Toma dois! Toma dois! Toma dois! Toma dois!
Educador - Chegaaaaaaa! Bóra parar aí pessoal! Já falei que não pode ter esse tipo de brincadeira na unidade!
Bruno - Cabeça de gelo educador, é só prosa, já paramos!
Educador - É bom mesmo! Continuem fazendo aí as coisas pra pata de papel!

Neste momento, um forte barulho vindo do corredor acontece... Alguém faz barulho imitando a risada do Emiliano, um adolescente da unidade (Hahahahaha!) O educador percebe o barulho e sai para averiguar o que é...

Educador: Não acredito... O Emiliano de novo fazendo barulho... Ei Emiliano, deixa disso hômi! Se aquiete!

Educador sai de cena e entra o narrador novamente...

NARRADOR:

E sempre acontece em momentos assim
Quando estamos na solidão
Que o Mau Caminho aparece
Despejando sua tentação

O Mau Caminho chega mansinho
Quando não tem ninguém vendo
E começa a dar maus conselhos
E da sua boca só sai veneno

Mau Caminho - E aí galerinha! Tudo beleza?
Renato - Rochêda!
Bruno - Mó limpeza!
Ramon - Óia, parece um urubu empalhado!
Bruno - Rárárá! É mesmo ó!
Mau Caminho - Olha o respeito pessoal, pois eu vim aqui pra trocar uma ideia com vocês!
Renato - Há é? E qual as tuas área?
Mau Caminho - Minha área? Muito bem, eu moro geralmente na mente daquele que precisa tomar uma decisão... Vocês já devem ter ouvido minha voz! Geralmente sou eu que sopro no ouvido: “Vai lá, experimenta isso e aquilo”, ou “Vai lá, faz esse assalto, uma graninha legal” ou, “ainda é cedo cara, são só 3h da madrugada, tu vai voltar pra casa agora? Fica mais um pouco!”, ou “Que família o quê... Vai curtir com teus amigos, pegar umas meninas rochêra”, e por aí vai... Eu que guio vocês nos maravilhosos caminhos dos prazeres...
Ramon - Háááá, então é tu que fica buzinando nos ouvido da gente? Óia, pois tu buzinou errado porque a gente tá é preso!
Renato - É mesmo ó... Merece um marretão!
Bruno - Rárárá!
Mau caminho - Pera pessoal, calma! Pois tô aqui pra resolver o problema de vocês!
Renato - Há é? Pois dá a idéia!
Mau Caminho - Olhem só pra esse muro! Pois é, basta pular e vocês vão ter a liberdade!
Bruno - Tá é vendo é?
Mau Caminho - É negrada! Lá fora é só festa!
Ramon - Lá fora tá é embaçado né não? Minha cumádi tá gravida, disse que eu tenho que trabalhar...  
Mau Caminho - Quem disse que a vida tem que ser difícil meu amigo? Trabalhar? Neeeem pensar! Para que perder tempo ganhando pouca grana, se você pode ter dinheiro e cumádi sem precisar trabalhar tanto! Traficar e roubar é que dá dinheiro! Eu torno a vida uma porta larga meus parceiros! Vocês tão perdendo o tempo de vocês aqui dentro! Hoje mesmo tem festa lá na pracinha, todo mundo vai tá lá, e vocês aqui dentro... Vacilo viu!
Renato - É mermo ó... O Mau Caminho tá certo! Mó saudade da liberta!
Bruno - É, saudade das cumádi!
Ramon - É... saudade das festa!
Renato - Dá até pra ouvir o raggae ó...

Neste momento começa a tocar um raggae no som e os bonecos e o Mau Caminho começam a dançar! Depois de alguns segundos, o som fica bem baixo, os personagens continuam a dançar e entra a voz do narrador...

NARRADOR:

E quando você pensa que tá tudo acabado
E que o Mau Caminho vai vencer
Aparece o Bom Caminho
Com outra ideia pra oferecer

Mau Caminho - Bóra lá galerinha, eu vou dar até pezinho pra vocês pularem o muro! Bóra lá antes que o educador volte! Bóra, Bóra!
Bruno - Cabeça de gelo e coração de pinguim que vai dar certo!
Bom Caminho - Páááááááááááááááára!!! Pode parar tudo!!! Pronde é que vocês pensam que vão eeeeeeeein???
Ramon - Óia! Tinha que ser a Tereza pra embaçar!
Bom Caminho - Quem é Tereza? Eu não sou a Tereza! Pra sua informação eu sou o Bom Caminho viiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuu! E vocês tão fazendo a maior besteira da vida de vocês descumprindo medida! Vocês tão fugindo pra quê? Esse sem vergonha aí do Mau Caminho fala bonito, mas isso é uma armadilha pra vocês!
Renato - E qual as área da senhora?
Bom Caminho - Senhora tá no céu meu filho, eu sou uma moça! E minha área é a voz que sai da boca da família de vocês, que dizem pra vocês ficarem em casa e não fazer coisa errada... Minha área é a voz do bom amigo de vocês que convidam vocês pra igreja! Minha área é o conselho dos educadores que aconselham vocês a voltarem pra cá no domingo! Toda vez que vocês ouvirem no coração de vocês que é bom sair dessa vida e cuidar da família e arranjar um emprego, e estudar, sou eu falando! Pode até não parecer divertido, mas é o melhor caminho que vocês podem escolher... O da paz, dos estudos, do trabalho, da família! Quantos meninos, novos que nem vocês, morreram cedo. E foram mortos sabe por quem? Pela Violência, que é parceira desse aí ó, o Mau Caminho...

Neste momento no telão, passa um vídeo com uma música bem suave e triste, com a seguinte frase:

SÓ EM FORTALEZA, DE JANEIRO À JULHO DE 2012, FORAM ASSASSINADOS DEZENAS DE JOVENS E ADOLESCENTES, VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA!

EM MEMÓRIA DE:

É projetada fotos de adolescentes que já passaram pela unidade e morreram vítimas da violência, com os nomes deles.

Mau Caminho - Tu vai bem me dizer que se esses meninos ficarem aqui eles vão mudar é? Tu acha que tem jeito pra eles? Deixa de ser besta sua iludida!
Bom Caminho - Cala essa boquinha viuuuuu, seu projeto de bizouro do cão! Abra bem esses ouvidinhos que vocês vão ver no que é que dá seguir meus conselhos!
Ramon - Óia! Bizouro do cão! Boiô!
Bruno - Rárárá!
Renato - Ééééégua Mau Caminho, vai deixar?
Bom Caminho - E cala essa boquinha vocês também viiiiiiiiiiiiiu! Pois agora quem vai falar é a voz daqueles que escolheram seguir meus bons conselhos!

Agora começa a parte que, seja em vídeo ou pessoalmente, acontece os testemunhos de adolescentes que passaram pela unidade e saíram do crime.

Bom Caminho - Tá vendo meninos? Quando a gente quer, a gente pode mudar viiiiiiu! Então, tire essas idéias ruins da cabeça, cumpram a medida de vocês, estudem, trabalhem que vocês podem ir looooonge!
Bruno - Cabeça de gelo galera, vamo ficá!
Renato - É mermo viu, vamo cumprir medida só na limpeza, estudar, fazer curso...
Ramon - Pois é, vamo se aquetá que é melhor! Esse Mau Caminho é mó faca cega!
Renato - Tá é vendo é? Isso é um fio descascado!
Bom Caminho - E você seu papangú, eu tenho um negócio aqui pra você viuuuuuu! Toma! Toma!

O bom caminho neste momento tira a chinela e começa a bater na bunda do Mau Caminho que chora, e os dois saem de cena...

Renato – Rééé! Tua casa caiu Mau Caminho!
Bruno - Rárárá! Vacilou!
Ramon - Acóóóóóócha pro Bom Caminho!
Educador - Quem é que acoxa ein?

Educador entra novamente em cena...

Bruno - Óia, lá vem esse educador embaçar as conversas dos menó!
Educador - Embaçar nada menino... Tô fazendo o meu trabalho! Acompanhando vocês!
Renato - Dá pra segurar a caixa aí de novo só na limpezinha?
Educador - Arriégua! De novo?
Ramon - Vai lá educador!
Educador - Tá bom!
Renato - Dá mais papel aí pra gente, pode ser? Se num der a amizade é a mesma!
Educador - Toma, tá aqui!
Todos - Acooooooooxa pros menor!!!
Educador - Óóóóóólha!!!!
Bruno - Rárárá! É só proza educador! Tu sabe né? Podia ser o pior!
Educador - Já sei! Mas sou o melhor!
Bruno - Não, tu é o “mais ou menos” por ter deixado a gente sozinho aqui na quadra! Rárárá!
Ramon - Óia, boiô!

Neste momento entra uma técnica da área de psicologia...

Técnica - Ramon, atendimento!
Educador - Vá lá Ramon, a psicóloga quer falar com você!
Ramon - Já vai, vai dar certo! Ei, é sal ficar impregnado aí nos papeis só na limpeza?
Bruno - Cabeça de gelo, vá lá!

Depois entra uma técnica/o do setor jurídico...

Advogado - Ei Renato, bóra lá que eu vou te atender!
Bruno - Vixi, estourou a audiência! É penal!
Educador - Deixa de besteira hômi, o advogado só quer falar contigo!
Advogado – Vem logo Renato!
Renato - É sal! Fica aí Bruno!
Bruno - Boiei, fiquei sozinho!
Educador - E eu? Num tô aqui contigo!
Bruno - Ó os papo! Rárárá!

Agora entra uma técnica do serviço social...

Técnica - Ei Bruno, atendimento, vem!
Educador - Pronto, aí, vai ser atendido!
Bruno - Mó limpeza! Vai dar certo! Cabeça de gelo!
Educador - Vá lá Bruno, se avexe hômi, atendimento!
Bruno - Ei, é sal não uma ligação?
Técnica - Depende pra quem for Bruno! Vamos lá na sala que a gente conversa!
Bruno - Boiô educador, ficou sozinho! Rárárá! Falô pessoal!

NARRADOR:

E aqui termina esta história
E espero que dela tenham sido aprendiz
Pois seguir os conselhos do Bom Caminho
É o primeiro passo para um final feliz

Onde quer que você ande
Sempre haverá dois caminhos pra escolher
Escolham portanto o lado do bem !
Esse é o melhor caminho, só depende de você!

Espero que tenham se divertido
E prestado bastante atenção
Pois a lição desta história
É pra guardar pra sempre, no fundo coração

E se desta história tiverem gostado
E em sua vida tiver feito diferença
Podem então dar uma salva de palmas
Pois essa, certamente, é nossa maior recompensa!

Boa noite!

No final entram todos os participantes da peça, e todos cantam a canção “Saber Viver” dos Titãs.

FIM

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